sábado, 11 de setembro de 2010

ALECRIM

Nome científico: Rosmarinus officinalis.
Nomes vulgares: alecrim, rosmarino, rosa-marinha, alecrim (verdadeiro), alecrim do reino, alecrim do sul, alecrim-de-jardim e alecrim-rosmarino.
Em outros idiomas: roris marini (latim), rosemary (inglês), romarin (francês), ramerino (italiano) e rosmarin (alemão).
Família: Labiatae.
Partes usadas: Folhas.
Origem: Europa.

Descrição: Arbusto bastante ramificado que chega a medir até 1,5 metros de altura. As folhas são pequenas, finas e cheirosas. São verdes na parte superior e acinzentada no dorso inferior. Suas flores azuis, brancas ou lilás. O alecrim é originário da Europa e é conhecido desde a antiguidade pelas suas propriedades medicinais. Para cultivar o alecrim, basta destacar um galhinho da planta adulta e plantá-lo. Esta planta gosta de clima quente, bastante sol e pouca água. É possível cultivá-lo também em vaso. Pode ser colhida em qualquer época do ano e para reforçar a planta, ela deve ser podada no outono.


O Alecrim é uma planta arrudiada de misticismo.
Entre os povos gregos e romanos era tida como uma erva sagrada.


Os gregos a denominavam “flor por excelência”, e dela se serviam para entretecer suas coroas, com as quais cobriam a cabeça por ocasião de certas festas. O alecrim era queimado nos santuários da Grécia antiga e o seu fumo era utilizado na idade média para desinfectar e afastar maus espíritos. Nas escolas gregas eram usadas auréolas de alecrim nas cabeças das crianças para melhorar nos exames.

O seu cultivo era vulgar nos mosteiros da Europa desde a idade média. Foi companheiro dos portugueses nas Entradas e Bandeiras. Em muitas regiões de Portugal substitui a palma e a oliveira na festa religiosa do Dia de Ramos.

Na Itália era considerada proteção contra as bruxas. Os romanos, acreditavam que esta planta estava associada com o amor e juntamente com o cipreste associada a morte. É uma planta que desde tempos imemoriais tem sido objeto de muitas lendas. e por isso é que era plantada nas soleiras das portas, hábito que perdurou até a Idade Média.

Carlos Magno obrigava os camponeses a cultivá-lo.

Também os egípcios usavam o alecrim em seus ritos, visto que os túmulos têm vestígios da planta.

O verdor de suas hastes com muitas folhas era considerado como um símbolo de imortalidade.
Suas propriedades anti-sépticas também eram reconhecidas nos hospitais franceses, onde o alecrim era queimado durante as epidemias. No norte da França existe o costume de se colocar um ramo de alecrim nas mãos do defunto e depois plantá-lo sobre o seu túmulo.

Os mouros acreditavam que ele espantava as pragas e plantavam arbustos em seus pomares.

Até mesmo a Igreja Católica incorporou o alecrim em seus rituais, queimando-o em incensários desde a antiguidade. Na Igreja Ortodoxa, até hoje se utiliza seu óleo para unção.

Usada como incenso ou carregada como amuleto para atrair bons fluídos, principalmente em casamentos, e afastar mau-olhado, quebranto e inveja.( erva das benzedeiras ou erva das “bruxas”) Na Idade Média, era usada como defumador e fumigantes em dormitórios com pessoas enfermas.
Planeta: Sol, Júpiter, Mercúrio.
Elemento: Fogo, Ar, Terra, Água.
Deuses: Airmid, Amaterasu, Bast, Blodeuwedd, Ceridwen, Ereshkigal, Saraswati, Sekhmet, Hécate, Kali.
Propriedades mágicas: Usado em encantamentos de proteção, para ajudar nos estudos. Lavar as mãos com uma infusão de alecrim substitui um banho de purificação. Está ligado à fidelidade, amor, lembranças felizes. Beba um chá de alecrim antes de fazer um exame ou uma entrevista para ter a mente alerta. O chá de alecrim é ótimo para trazer o ânimo de volta. O cheiro de alecrim mantém a pessoa alegre, é um símbolo de amizade. Quando queimado emite poderosas vibrações de limpeza e purificação, sendo um dos mais antigos incensos utilizados. Em trabalhos de cura, pode se usar uma infusão de alecrim com junípero (zimbro) para purificar o local, ou então queimá-los. Geralmente é usado como substituto do Frankincense. Um banho de alecrim é muito bom para restaurar as energias, principalmente de convalescentes. O óleo essencial deve ser usado com cuidado, pois pode queimar a pele. A essência tem cheiro muito forte, abafando facilmente outros aromas em uma poção, devendo então ser usada em pequenas quantidades. Essa erva pode ser usada nas comidas e poções dos Sabás Litha, Lammas e Imbolc. Utilização no geral para proteção, banimento, exorcismo, purificação, cura, estudos, amor, sono e restauração de energia, limpeza e concentração, calmante, adivinhação, proteção.
Festivais e rituais: Usados em todos os Sabbats.




Propriedades terapêuticas: As flores e folhas estimulam o fígado e ajudam na digestão de gorduras, por essa razão é geralmente usada para dores de cabeça associadas ao fígado ou estômago. O chá pode ser usado como desinfetante bucal e o vapor para facilitar a respiração.
CUIDADO: Quando alecrim é usado como chá, a dose não deve exceder uma xícara por dia. A overdose pode causar envenenamento fatal. Aumenta a pressão e não deve ser usado por mulheres grávidas.

Modo de usar:
Infusão:
- 1 xícara (café) de folhas secas ou frescas em ½ litro d’água. Tomar 1 xícara (chá) em intervalos de 6hs.
- 5 a 15g de folhas em 1 litro de água fervente. Deixar esfriar, coar e tomar 1 xícara de chá 3 vezes ao dia.
- 1 colher de chá de folhas em 1 xícara de água quente. Tomar 2 a 3 xícaras ao dia.
Pó de folhas secas:
- pulverizadas sobre feridas, como cicatrizantes.
Tintura:
- 50g de folhas secas em 1 litro de álcool de cereais. Deixar por 5 dias, filtrar e conservar em vasilhame escuro. Tomar 40gotas diluídas em um copo de água, por 10 a 15 dias: hemorróidas;
- 10 xícaras (café) de folhas secas em ½ litro de álcool de cereais ou aguardente. Deixar macerar por 5 dias. Tomar, com um pouco de água, uma colher (chá) 2 vezes ao dia.
Extrato fluído: 1 a 5ml/dia.
Decocção a 2,5%: de 50 a 200ml/dia
Xarope: em ½ litro de xarope, adicionar o suco de 4 xícaras (café) de alecrim. Tomar 1 colher a cada 3hs.
Banho: ferver 3 xícaras (chá) de folhas em 1 litro de água por 5 min. Coar, esfriar e misturar à água da banheira.
Vinho: 50g de folhas em 01 litro de vinho tinto durante 10 dias, filtrar e adoçar com mel. Tomar 01 cálice antes das refeições.
Xampus: 5% de extrato glicólico.
Loções capilares, dentifrícios: 3% de extrato glicolico.
Uso externo: infusão a 5%.

Propriedades culinárias: De sabor fresco e doce, o alecrim é recomendado no preparo de uma grande variedade de carnes, em especial de porco e carneiro. Dá sabor especial a batatas e manteigas. Pode ser usado como decoração em pratos prontos antes de servi-los. Faz parte do famoso Herbes de Provence (tempero francês com várias ervas). Pode ser empregado para aromatizar vinagres. Não perde seu sabor no cozimento, como outras folhas fazem. As folhas frecas possuem aroma mais puro, sendo preferidas. Utilizado com peixes, carnes, aves e vegetais, é freqüentemente combinado a batatas, abobrinhas, berinjelas e tomates preparados em azeite. Na Itália, a carne de cordeiro é raramente preparada sem esta erva e aves assadas envoltas em ramos de alecrim são muito populares. Efeito similar pode ser obtido com ramos de alecrim colocados sobre carvão em brasa em churrasqueiras.

Propriedades Aromáticas: estimulante físico e mental, analgésico, tônico, fortalecedor, purificador, refrescante e protetor. Na Aromaterapia o Óleo de Alecrim é um óleo que anima, alegra, combate a apatia, memória fraca e a melancolia. “Como erva das recordações” ajuda-nos a relembrar nosso padrão verdadeiro. O campo de força de Luz azul violeta produzido pelo Alecrim confirma sua reputação dos tempos antigos como protetor psíquico e para ajuda no desenvolvimento da “Visão interior”. Estimula a sensibilidade e reaviva o espírito lânguido. O óleo essencial de alecrim é utilizado para dores musculares, reumatismo, artrite, prisão de ventre, tosse, sinusite, resfriado, bronquite, enxaqueca, deficiência de memória, cansaço. Suas folhas emanam um aroma adocicado e penetrante, muito usado contra a fadiga física

Uso caseiro: Inseticirim frescos, colocados entre as roupas defendem-nas de ataque de traças. Desinfetante de alecrim: ferver folhas e pequenos caules de alecrim por mda natural, plantado na horta protege as outras plantas. Ramos de aleceia hora. Quanto menos água mais concentrado. Espremer e usar para limpar louças e casas de banho. Para desengordurar melhor, misturar um pouco de detergente. Guardar na geladeira dura uma semana. Galhos floridos secando num vaso na casa estimula a memória.

Curiosidades: O nome Rosmarinus (do latim) significa “orvalho que vem do mar”. Ele é justificado pelas flores azuladas que inundam as praias do Mediterrâneo, lembrando o orvalho. Além de ser símbolo de fidelidade entre namorados, era usado na Era Medieval para purificar os quartos de doentes. Pela reputação de estimular a memória, conta-se que estudantes gregos usavam ramos de Alecrim nos cabelos, quando submetidos a exames. Carlos Magno obrigava os camponeses a cultivá-lo. Foi companheiro dos portugueses nas Entradas e Bandeiras. Antigamente queimava-se caules de alecrim para purificar o ar do quarto de doentes em hospitais. No Rio Grande do Norte existe um time de futebol clube que recebe o nome de Alecrim F.C./Siker. Musica infantil.

Lendas e Mitos: Conta-se que numa viagem Nossa Senhora sentou-se à sombra de um alecrim para dar de mamar ao menino Jesus: por isso acredita-se que a planta nunca atinja altura superior à de Jesus adulto. Outro conto diz que a Bela Adormecida foi acordada pelo príncipe com um ramo de alecrim.Os gregos usavam coroas de alecrim em festas, como símbolo da imortalidade.A crendice popular usa o alecrim para afastar olho gordo, erva da juventude eterna, do amor, amizade e alegria de viver. Erva colocada debaixo do travesseiro afasta maus sonhos. Tocar com alecrim na pessoa amada faz ter seu amor para sempre.


Shakespeare o referiu em Hamlet – “Eis Alecrim, isto é para a memória”.


E a erva já foi, inclusive por diversas vezes, tema de várias músicas como esta do cancioneiro popular:


Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado

Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado

Foi meu amor
Que me disse assim
Que a flor do campo
É o alecrim

Alecrim, alecrim miúdo
Que nasceu no mato
Perfumando tudo

Alecrim, alecrim miúdo
Que nasceu no mato
Perfumando tudo

Foi meu amor
Quem me disse assim
Que a flor do campo
 o alecrim

Compilado por Geni Mafra Souza

 
Alecrim

Eliana


Alecrim, alecrim aos molhos,
Por causa de ti
Choram os meus olhos.(bis)

Oh! meu amor,
Quem te disse a ti,
Que a flor do monte
Era o alecrim.(bis)


Alecrim, alecrim dourado
Que nasce no monte
Sem ser semeado(bis).


Oh! meu amor,
Quem te disse a ti,
Que a flor do monte
È o alecrim.(bis)


Alecrim, alecrim aos molhos,
Por causa de ti
Choram os meus olhos.(bis)

Oh! meu amor,
Quem te disse a ti,
Que a flor do monte
Era o alecrim.(bis)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

MANIPULAÇÃO DA PLANTA: COLETA, SECAGEM E ARMAZENAMENTO


Coleta e Ponto de coleta
 
Pela manhã, logo que secar o orvalho das plantas. É sempre melhor colher as plantas medicinais em dias amenos, sem chuva, no período de estio, em horário de sol fraco e suave.
  • As raízes podem permanecer por algum tempo ao sol e colhidos quando a planta estiver adulta.
  • As folhas, brotos e talinhos devem ser escolhidos antes das floradas.
  • As flores devem ser colhidas no início da floração. Flores como camomila e rosa-branca, devem ser colhidas antes da maturação completa. Espere que o botão se abra pela metade e então colha.
  • Coletar frutos e sementes quando atingirem a maturação total.
  • Casca e entrecasca devem ser colhidos quando a planta estiver florida.
  • Evite a coleta de plantas com manchas, terra, poeira, órgãos deformados, etc.
  • Nunca use água para lavar folhas e raízes que você pretende conservar.

Pós-colheita
 
Normalmente, após a colheita das plantas, pode-se fazer o uso direto do material fresco, para banhos, produzir águas aromáticas ou a secagem, permitindo a conservação e possibilitar a utilização das plantas a qualquer tempo e não somente quando atingirem o ponto de colheita.

Cuidados que antecedem a secagem
 
Antes da secagem:
  • Não se deve lavar as plantas antes da secagem, exceto no caso de raízes e rizomas que devem ser lavados. Caso a parte aérea das plantas esteja muito suja, usa-se água limpa para uma lavagem e efetua-se uma agitação branda dos ramos logo em seguida para eliminar a maior parte da água sobre a superfície da planta. Deve-se separar as plantas de espécies diferentes.
  • As plantas colhidas e transportadas ao local de secagem não devem receber raios solares.
  • As plantas colhidas inteiras devem ter cada parte (folhas, flores, sementes, frutos e raízes) colocadas para secar em separado e conservadas depois em recipientes separados.
  • Quando as raízes são volumosas, pode-se cortá-las em pedaços ou fatias para facilitar a secagem.
  • Para secar as folhas, a melhor maneira é conservá-las com seus talos. Folhas grandes devem ser secas separadas do caule. Nas folhas com nervura principal muito espessa, como alcachofra (Cynara scolymus), estas são removidas para facilitar a secagem.

Secagem
 
Espalhe a planta ou suas partes sobre um pano ou plástico:
  • Seque o material à sombra, evitando secagens ao sol e ao fogo, porque alteram a qualidade da planta;
  • Raizes, caules e cascas podem ser secos ao sol;
  • As flores precisam secar sem receber luz solar direta; Brotos, folhas e plantas inteiras são secos à sombra, em lugares arejados;
  • Quando se tornarem quebradiças, as plantas estarão prontas para uso, devendo serem guardadas em vidros fechados, longe da luz, pó e umidade.

Métodos de secagem
 
A secagem pode ser conduzida em condições ambientes ou artificialmente com uso de estufas, secadoras, etc

Secagem natural

A secagem natural é um processo lento, que deve ser conduzido à sombra, em local ventilado, protegido de poeira e do ataque de insetos e outros animais. Este processo é recomendado para regiões que tenham condições climáticas favoráveis, relacionadas principalmente a alta ventilação e temperatura, com baixa umidade relativa.
Coloca-se sobre um tecido limpo de preferência algodão, e cobrindo com outro tecido para ajudar na secagem e manté-la limpa.Deve-se espalhar o material a ser seco em camadas finas, permitindo assim a circulação de ar entre as partes vegetais, o que favorece a secagem mais uniforme. Em geral, a espessura da camada de plantas na secagem é de 3 cm para folhas e 15 a 20 cm para flores e unidades floridas. Outra maneira prática é dependurar as plantas em feixes pequenos amarrados com barbante. Os feixes devem ficar afastados entre si. Este método não é adequado para plantas cujas folhas caem durante a secagem, como o manjericão.
As plantas secas nestas condições vão ter um teor de umidade em equilíbrio com a umidade relativa do ambiente. Se esta for baixa, tanto menor vai ser o teor de umidade ao final da secagem, o que melhora a conservação do material seco.

Secagem artificial

O uso de forno de microondas também é uma alternativa para secagem das plantas. As folhas mais tenras e suculentas levam cerca de 3 minutos na secagem, e as ervas com folhas pequenas, mais secas, apenas 1 minuto. Por esse método preserva-se a cor e aroma das folhas.

A secagem do forno acelera extremamente o processo de secagem. Pré-aqueça o forno a 50ºC. Coloque as ervas no papel marrom em cremalheiras do forno e pique algumas réguas no papel para aumentar o movimento de ar. A porta do forno deve ser deixada ligeiramente aberta para permitir que a umidade escape. Deixe as ervas para uma hora, antes de girar e de sair para uma outra hora. Antes que forem tomados fora do forno, devem estar torrada e seca com cor razoável.

Armazenamento

O armazenamento deve ser feito preferencialmente em ambiente arejado e seco, sem acesso de poeira ou animais.
Para o armazenamento das ervas é indicado que sejam colocados em recipientes de vidros com tampas de metal, e guardados em lugares sem umidade e sem incidência de luz, isso pode garantir uma maior durabilidade dessas ervas, ou sacos de polietileno ou polipropileno, que também parecem permitir boa conservação. O uso de sacos de juta tem sido utilizado em curto prazo. Os potes devem ser esterilizados, de modo caseiro isso pode ser feito, fervendo os vidros ou colocando água quente dentro deles, não se recomenda ferver as tampas plásticas, isso pode danificá-las.