Nome científico: Lavandula officinalis.
Variedades utilizadas: Lavandula angustifólia, Lavandula officinalis, Lavandula spica L., Lavandula Vera, Lavandula vulgaris.
Nome popular: Lavanda, alfazema.
Família: Labiatae.
Origem: Cresce principalmente nas regiões quentes do Mediterrâneo, encontrada aclimatada e nativa em diferentes pontos do globo.
Descrição: São pequenos arbustos, perenes, incluindo também as anuais e os subarbustos. O nome é mais frequentemente usado para as espécies do gênero que crescem como ervas e para ornamentação. As lavandas crescem em jardins. Suas flores são usadas para arranjos florais secos. As flores púrpuras e os brotos, de fragrância suave, são utilizados em potpourris.
Partes usadas: Flores e folhas.
Planeta: Mercúrio, Vênus, Júpiter.
Deuses: Hécate, Saturno, Ísis, Hathor, Kuan-in, Vesta e Iemanjá.
Propriedades mágicas: Bastante utilizada em banhos de purificação. Na África as flores e folhas são usadas contra maus-tratos maritais. Significa universalmente pureza, castidade, longevidade, felicidade. Dormir sobre ramos de lavanda abranda a depressão. Feitiços de amor. Combate às culpas de ações impensadas. Na astrologia está associada ao planeta Lua. Restabelece a paz depois das discussões e conflitos. Para o entusiasmo, alegria, determinação. Na medicina oriental, constata-se que a alfazema fortalece a parte In do indivíduo, auxiliando no amadurecimento do lado emotivo.
Festivais e rituais: Sabbat de Ostara, Litha, Mabon e Samhain.
Propriedades terapêuticas: Anti-séptico, tônico, antiespasmódico, calmante, digestivo, antibacteriana, carminativa, revulsiva. Reumatismo, nevralgias, hemicrania, excitação nervosa, insônia, vertigens, contusões, feridas, inapetência, má digestão, asma, coqueluche, faringite, laringite, depressão, cistites, enxaquecas, bronquite, corrimento vaginal, prurido vaginal, sarna, piolho. Para o uso externo: ligeiramente revulsivo, sendo empregada no reumatismo. Tem a capacidade de tranqüilizar o sistema nervoso central, ajudando no fluxo das decisões rotineiras. É bom para acalmar os nervos. Indicado para acnes e bronquites.
Dosagem indicada:
- Asma, bronquite, tosse, catarro, gripes, sinusites, tensão nervosa, depressão, insônia, vertigens, cistites, enxaquecas: coloque 2 colheres de flores em 1 xícara de álcool de cereais a 60%. Deixe em maceração por 5 dias e coe. Tome 1 colher (café) diluída em um pouco de água, 2 vezes ao dia. Pode também adicionar este preparado à água de banho. Faça banho de imersão por 20 minutos.
Decocção: ferver por 2 minutos, em um litro de água, 60g de sumidades floridas de alfazema. Filtrar e beber o líquido de 4 a 6 xícaras ao dia.
Infusão: colocar em infusão, por 5 minutos, 5 g de flores de alfazema em uma xícara de água fervente. Adoçar com mel e beber. Repetir a dose 4 vezes ao dia.
- Cansaço:
Óleo de alfazema: em um recipiente, colocar 3 quartos de litro de um bom azeite e um punhado de flores frescas de alfazema. Fechar bem o recipiente e colocá-lo em um lugar fresco onde deve ser deixado por cerca de 20 dias. Filtrar o óleo sobre um tecido de linho. Pingar algumas gotas do óleo sobre um torrão de açúcar e deixar derreter lentamente na boca. Também alguma gota de essência de alfazema sobre as têmporas e pulsos dará um grande alivio àquele que se sente cansado por excesso de trabalho ou por uma vigília prolongada.
- Contusões:
Alcoolato de alfazema: colocar em infusão, por 15 dias, 50g de flores de alfazema em 1 litro de álcool. Filtrar o líquido e colocá-lo em um vidro provido de tampa em esmeril. Contra as contusões, friccionar suavemente com um pouco de líquido para aliviar as dores e fazer desaparecer a inflamação.
- Fricções: Verter na palma da mão algumas gotas de essência de alfazema e friccionar a região contundida. A essência de alfazema encontra-se à venda em farmácias especializadas. Alcoolato de alfazema, vide contusões. No álcool empregado para uso interno, certificar-se ser álcool de cereais, próprio para consumo. Antes de cada refeição, beber dois dedos de água na qual foram diluídas alguma gotas de alcoolato de alfazema.
- Excitação nervosa:
Infusão: em uma xícara de água quente, colocar em infusão uma pitada da mistura obtida com: 30 de flores de alfazema, 10g de camomila, 5g de hipérico, 5g de lúpulo, 5g de raiz de valeriana. Filtrar o líquido e beber antes de deitar-se.
- Inalação: em uma tigela com água fervente e esfumaçante colocar algumas gotas de essência de alfazema, colocar a cabeça sobre o recipiente, tendo à testa uma toalha. Aspirar profundamente os vapores.
- Feridas:
Desinfetante: a falta de um desinfetante alcoólico pode ser suprida, momentaneamente, com algumas gotas de essência de alfazema vertidas sobre a ferida.
- Insônia: Alcoolato de alfazema: ver contusões. Pingar algumas gotas de alcoolato em um torrão de açúcar e deixar derreter na boca.
Decocção: ferver uma pitada de alfazema em uma xícara de água. Filtrar, adoçar e beber antes de deitar-se.
Infusão: ver excitação nervosa. Uma ou duas xícaras antes de deitar-se.
- Laringite, coqueluche e tosse:
Infusão: colocar 50g de flores de alfazema em um litro de água fervendo. Filtrar e beber de 4 a 5 xícaras, adoçadas com mel, durante o dia.
- Nevralgia:
Óleo de alfazema: ver cansaço. Algumas gotas de óleo sobre um torrão de açúcar. Deixar derreter na boca.
Infusão: misturar as seguintes ervas: 20g de flores de alfazema, 60g de flores de prímula medicinal e 20g de flores de camomila. Colocar 5g desta mistura em uma xícara de água fervente e deixar repousar por meia hora. Filtrar e beber em seguida. A dose deve ser repetida de 2 a 3 vezes ao dia.
- Corrimento vaginal, prurido vaginal, sarna, piolho: coloque 2 colheres(sopa) de flores em 1 xícara (chá) de vinagre branco. Deixe em maceração por 3 dias e coe. No caso de pruridos e corrimento vaginal, adicione 2 colheres(sopa) à água de banho. Faça banho de assento 1 vez ao dia. Para piolhos aplique no couro cabeludo, com ligeira massagem, deixando agir por 2 horas. Em seguida enxágüe e passe o pente fino. Para sarnas, aplique com um chumaço de algodão.
- Escaras de decúbito, queimaduras, picadas de inseto, afecções da pele (eczemas, dermatites e psoríases): Em 1 xícara(chá) coloque 2 colheres (sopa) de flores e adicione óleo de cozinha. Leve ao fogo, em banho-maria, por 1 hora. Espere amornar e coe. Aplique nos locais afetados, com um chumaço de algodão, de 2 a 3 vezes ao dia.
CONTRA-INDICAÇÕES: seu uso dentro das doses preconizadas não tem contra-indicação. Nas mulheres grávidas deve-se evitar o uso em doses altas por ser estimulante uterino.
Propriedades culinárias: conta-se como curiosidade que uma rainha inglesa gostava de conservas condimentadas com alfazema. Pode-se também fazer um vinagre de alfazema, macerando-se alguns caules da alfazema em vinagre branco por 3 semanas. No Marrocos suas flores são usadas numa mistura de especiarias em pratos finos.
Uso geral e Curiosidades: Banho perfumado água de colônia anti-séptica, saquinhos perfumados, sais aromáticos. No uso culinário é feito como vinagre de alfazema e colocado em algumas especiarias marroquinas. Secados e embalados em pequenos saquinhos de tecido de algodão são utilizados para serem colocados entre as roupas do armário para dar-lhes uma fragrância fresca e agradadável, e também para impedir a presença de insetos e parasitas. O cultivo comercial da planta é para a extração de óleos das flores, caules e plantas, que são utilizados como antissépticos, em aromaterapia , e na indústria de cosméticos. Como produto terapêutico, em infusão, deve ser evitado o uso contínuo, podendo produzir excitação em dose tóxica.
As flores de lavanda produzem um néctar abundante que rende um mel de alta qualidade produzida pelas abelhas. O mel da variedade lavanda foi produzido inicialmente nos paises que cercam o Mediterrâneo, e introduzido no mercado mundial como um produto de qualidade superior. As flores da lavanda podem ser utilizadas como decoração de bolos. A lavanda também é usado como erva isoladamente ou como ingrediente da erva da Provence ( França).
Lavandas nativas são encontradas nas Ilhas Canárias, norte e oeste da África, sul da Europa e no Mediterrâneo, Aeábia e Índia.
O óleo essencial da lavanda (do latim "lavare", "lavar") já era utilizado pelos romanops para lavar roupa, tomar banho, aromatizar ambientes e como produto curativo (indicado para insônia, calmante, relaxante, dores, etc.). O óleo é obtido da destilação das flores, caules e folhas da espécie Lavandula officinalis. Entre várias substâncias, o óleo apresenta na sua composição o linalol e o acetato de linalila, que conferem a sua fragrância e, ainda, resina, saponina, taninos cumarinas.
Os maiores produtores de lavanda são a Bulgária, França, Grã-Bretanha, Austrália e Rússia.