Nome científico: Angelica archanegelica.
Nome popular: arcangélica, erva-de-espírito-sant, jacinto-da-índia.
Família: Apiaceae.
Origem: Originária do norte da Europa e da Ásia, ainda que o seu cultivo e uso se tenham expandido por todo o mundo. Prefere os lugares frios e húmidos, perto de rios e pântanos.
Descrição morfológica: Planta herbácea que costuma medir de 1 a 2 m de altura. O seu caule é grosso e canelado, em cujo extremo se encontram as flores distribuídas em forma de umbela. Existe um certo risco de confundi-la com a cicuta, que também pertence à mesma família, embora apresente diferenças significativas. Além disso, a angélica exala um agradável aroma entre picante e adocicado, enquanto a cicuta tem um cheiro muito desagradável.
Partes usadas: caule, raízes rizoma, sementes, folhas.
Planeta: Sol, Vênus, Mercúrio.
Elemento: Fogo, Terra, Ar, Água.
Deuses: Arianrhod, Blodeuwedd.
Propriedade mágica: A raiz dessa erva guardada em um saquinho de tecido azul funciona como um poderoso talismã protetor. A raiz também pode ser colocada em um saquinho de tecido branco ou azul, e pendurada na janela para proteger a casa e as pessoas que moram nela de todo o mal.
Rituais e festivais: Usado no óleo de Sabbat de Beltane e Imbolc.
Propriedades terapêuticas: A Angélica era recomendada para uma longa lista de doenças, desde a peste ao reumatismo, como se se tratasse de uma panaceia. Os seus princípios activos são o felandreno, de acção digestiva e espasmolítica, e a angelicina, que exerce uma acção sedativa e equilibradora sobre o sistema nervoso. A estes princípios activos se devem as suas autênticas propriedades medicinais. Digestiva e carminativa: É um grande tónico e estimulante das funções do aparelho digestivo. Aumenta o apetite, facilita a digestão, aumenta a secreção de sucos gástricos e elimina os gases e fermentações intestinais. É a planta por excelência para os que têm falta de apetite, os debilitados e os dispépticos. Muito indicada para aqueles que sofram de estômago descaído ou atónico (ptose gástrica). Dá bons resultados no caso de enxaqueca de origem digestiva. Tonificante e equilibradora do sistema nervoso: Torna-se muito útil nos casos de depressões, neurose e debilidade nervosa. Recomenda--se também aos estudantes em época de exames, pessoas com stress, convalescentes de doenças debilitantes e, em geral, a todos aqueles que tenham de superar alguma prova difícil. Os banhos com água de angélica têm um efeito muito saudável sobre o sistema nervoso. Tem também efeitos diuréticos e expectorantes, embora de menor intensidade que os anteriores. Devido a seus efeitos expectorantes, auxiliando na eliminação do muco dos brônquios, a raiz tem sido utilizada contra resfriados brônquios e outras condições que envolvem congestão dos brônquios. É usado como remédio caseiro para câncer do estômago.
Preparo de dosagem:
Infusão: com folhas secas ou frescas: aumenta a transpiração em resfriados com febre; com 20g de raiz em 8000ml de água fervente. Tomar em xicarazinhas durante o dia: depurativo do sangue e diurético; com 1 colher de chá de sementes secas em 100ml de água fervente. Deixar esfriar, coar adoçar e beber i líquido antes das refeições principais: estômago;
Propriedade culinária: A raiz de Angélica é muito popular na Europa, utilizada na flavorização de doces, licores e bebidas. Como alimento, as sementes de Angélica têm sido utilizadas para fazer vermute, vinhos flavorizados e perfumes. As raízes, juntamente com aromas, são utilizadas no gim e o óleo das sementes serve para dar sabor a cremes e pães. A Angélica pode também ser usada em forma de salada fresca ou cozida e preparada como o ruibarbo.
Curiosidades e histórico: A Angélica é uma típica planta nortenha. Na Gronelândia ocupa grandes extensões, e os habitantes daquele país usam-na abundantemente desde tempos remotos. Não sendo uma planta mediterrânea, não chegou a ser conhecida pelos grandes médicos e botânicos da antiguidade clássica. Começou a ser usada na Europa na Idade Média, durante as grandes epidemias da peste. Muitos atingidos pela peste procuravam-na desesperadamente como último remédio antes de se entregarem à morte, já que se tinha divulgado a lenda, segundo a qual o arcanjo Gabriel a mostrara a um sábio ermitão, para que este pudesse combater a peste. Daí os monges e frades terem começado a cultivá-la nos seus conventos, com o fim de elaborar com ela diversos tipos de remédios, infelizmente todos em forma de licor alcoólico. Hoje ainda se preparam com a angélica os licores Benedictine e Chartreuse. Raiz de Angélica é membro da família das cenouras, angélica archangelica. Provavelmente a mais respeitada das ervas aromáticas, ela combina os efeitos do amargo com os efeitos carminativos de muitas ervas aromáticas e especiarias.
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